quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Francisco de Assis Esteves - Do Índio Goitacá à Economia do Petróleo: Uma Viagem pela História e Ecologia da Maior Restinga Protegida do Brasil -

Do Índio Goitacá à Economia do Petróleo: Uma Viagem pela História e Ecologia da Maior Restinga Protegida do Brasil 

Do Índio Goitacá à Economia do Petróleo: Uma Viagem pela História e Ecologia da Maior Restinga Protegida do Brasil - Francisco de Assis Esteves, livro lançado no dia 10.11.2011, na cidade de Macaé - RJ, Brasil, no Sollar dos Mellos, Museu.

A obra leva o leitor a um universo rico e diversificado de informações sobre a maior restigna protegida do litoral brasilero. Os primeiros capítulos decrevem a formação da Restinga de Jurubatiba e sua ocupação pelo homem, assim como a relação de seus habitantes com o ambiente.

A biodiversidade e a ecologia da flora, da fauna e das lagoas costeiras são apresentadas de maneira didática e com muita precisão científica. A riqueza de informações, muitas delas inéditas, é fruto de mais de uma década de intensas pesquisas do próprio autor e de vários estudiosos brasileiros e estrangeiros.

Os capítulos finais são dedicados à análise das alterações ambientais e do acelerado processo de urbanização desordenado, que tem caracterizado a ocupação da região Norte Flumimense, especialmente depois da instalação da economia do petróleo.

Ao longo dos quatorze capítulos, é chamada a atenção do leitor para os principais motivos pelos quais a sociedade norte-fluminense deve, em caráter de extrema urgência, conciliar a exploração do petróleo com a preservação dos ecosistemas, condição sine qua non para o desenvolvimento humano na região.

 “São mais de 20 anos de pesquisa na região norte fluminense. A obra mostra a riqueza do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, pois lá existe uma biodiversidade ainda desconhecida. O leitor encontrará resultados inéditos no livro que espero também contribua para o ensino e a prática da educação ambiental”


Capítulo 1 - A origem da restinga de Jurubatiba

Capítulo 2 - Índio Gitacá: o primeiro habitante da restinga de Jurubatiba

Capítulo 3 - Restinga de Jurubatiba ocupa a quase totalidade da capitania de São Tomé


Capítulo 4 - A Economia  do Açúçar no Norte Fluminense: Fonte de Impactos sobre os Ecossistemas e de Riqueza - para poucos, porém com a economia do açúcar, a região Norte Fluminense torna-se um dos principais pólos econômicos do Brasil

Capítulo 5 - Século XIX: as Lagoas do Norte Fluminense "tornam-se uma ameaça à saúde"


Capítulo 6 - Economia do Petróleo e suas consequências sobre a restinga de Jurubatiba


Capítulo 7 - Mobilização da sociedade para salvar o que sobrou da restinga de Jurubatiba


Capítulo 8 - Flora do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba


Capítulo 9 - Fauna do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

Capítulo 10 - As Lagoas do Parque Nacional de Jurubatiba


Capítulo 11 - Ameaças à integridade ecológica do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

Capítulo 12 - Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e a Sociedade


Capítulo 13 - "Em nome do Petróleo toda a degradação ambiental pode ser tolerada": um equívoco inaceitável no século XXI"

Gestão dos Ecosistemas no Norte Fluminense - Erros cometidos na economia do açúcar são repetidos na economia do petróleo

O autor analisa a história econômica da região Norte Fluminense enfatizando os períodos de desenvolvimento econômico da região seguidos de períodos de depressões. O "ciclo do açúcar" iniciou no passado e segue até os dias de hoje, o que o autor adora na obra a ideia de economia dominada por determinada atividade. Economia de exploração de petróleo, por exemplo.

Na fase do crescimento econômico proporcionado a região Norte Fluminanese sobre a vida sociel e ambiental, que foi uma curta fase inicial, acarretou ao período da construção do Canal Campos-Macaé, quando Grande parte do orçamento d governo imperial foi investida na região.

A Serra-do-Mar ou região serrana abrigou o menor de todos os períodos de desenvolvimento econômico, ou seja, o café, tendo a Mata Atlântica como vítima do "desenvolvimento", quase totalmente substituída por plantações de café. Esse período econômico, segundo o autor, teve um fim muito melncólico, com a crise de 1929 e a erradicação de todos os és de café, o que levou a uma crise até então sem precedentes na região.

O último período de desenvolvimento econômico no qual ainda estamos imersos - denominado de economia do petróleo - relata o livro , é pelo volumede recursos financeiros nunca vistos na região e pela grande repercussão social e ambiental, o mairo deles. Embora de ocorrência em épocas muito distintas, todos os períodos econômicos têm em comum o fato de ter por bases de ssustentação a exploração de recursos naturais, sendo que a economia do petróleo é ainda mais finita, por ser calcada em um único recurso natural não renovável.

O autor relata que a sociedade na travessia de todos esses períodos econômicos que a região Norte Fluminense  tem dado prioridade em prol da palavra 'progresso' a preservação dos ecossistemas, tendo como consequências e em corrente ação, a destruição na região Norte Fluminense, de florestas de Mata Atlântica de tabuleiros e aquelas localizadas na região serrana, assim como restingas, para se destinarem a pastagens e loteamentos. Como no século XIX, qando as lagoas do Estado do Rio eram oficialmente aterradas no Norte Fluminense, em pleno século XXI é possível presenciar lagoas sendo aterradas para dar lugar a condomínio e expansão de estradas.

A paisagem hoje tanto na região serrana como na planície costeira, está totalmente descaracterizada, muito distinta daquela descrita nos relatórios dos pesquisadores que a visitaram no passado. Como exemplo pode ser citado o naturalista inglês Charles Darwin que, ao chegar a Macaé no ano de 1832, descreveu em seu diário: "alguns dias depois de chegar, comecei uma expedição de 150 milhas (241 km) para o Rio Macaé (...). Ali vi, em primeira vez, uma floresta tropical em toda sua grandeza sublime - nada além da realidade pode dar uma ideia de quão maravilhosa e grandiosa é essa paisagem. Nunca exerimentei tão intenso deleite". Mas nao é necessário recorrer aos tempos de Charles Darwin, visto que em apenas uma geração, ou seja, em menos de quarenta anos, é possível detectar enormes transformações que poderiam ser denominadas de deformações ambientais na região Norte Fluminense.

O autor faz uma passagem pela visita de Darwin à região, em 1832: "nunca experimentei tão intenso deleite" ao se referir ao Rio Macaé. Comenta ainda que : em várias culturas há um provérbio muito apropriado que diz: "temos que tirar lições dos erros que cometemos". Ao analisaros os diferentes impactos ambientais praticados sobre os ecossistemas da Restinga de Jurubatiba, desde o início do período da economia do petróleo, percebemos que a sociedade norte-fluminense ainda não tirou as devidas lições dos erros cometidos em inúmeros e desastrosas intervenções que foram realizadas em seus ecossistemas e continua a praticar erros semelhantes e ainda de maior repercussão socioambiental. O mais preocupante é que hoje dispomos de muito mais conhecimentos sobre as possíveis consequências das intervenções no ambiente do que no passado, mas a ganância pelo lucro em curto prazo continua a ser prioritário na sociedade atual. A história está rica de exemplos de que, quando ocorre a combinação entre essa ganância e a degradação do ambiente, a consequência é o colapso das sociedades onde este fenômeno ocorre.

A paisagem hoje, segundo o autor, tornou-se descaracterizada tanto na região serrana como na planície costeira, distinta dos relatórios dos pesquisadores que aqui estiveram no passado. Isto me fez lembrar dos livros do nosso caro Professor A. A. Parada: Coisas e Gente da Velha Macaé, que fiz resenha no Blog de literatura "Nós Todos Lemos" em que ele relata histórias dos nativos da região (um barco encalhado por baco) (mas não é que o professor Francisco nos recorda nosso caro A.A. Parada com o carinho por historiar nossa querida Macaé e este livro tem uma idéia similar).

Capíto 14 - Inadiável missão da sociedade norte-fluminense em conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação de seus ecosistemas.


Francisco de Assis Esteves nasce em 1950, na cidade de Cascavel (CE) e, em 1959, migrou para a cidade do Rio de Janeiro. É professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente é diretor do Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé (NUPEM/UFRJ), do qual é também o fundador. Concluiu o curso de Biologia, em 1973, na UFRJ e, ainda graduando, foi contemplado com uma bolsa de estudos para desenvolver seu doutorado na Alemanha. Estudou na Christian-Albrechtts-Universitaet zu Kiel, desenvolvendo suas pesquisas em Ecologia (Limnologia) no renomado Instituto Max-Planck fuer Limnologie, sob a orientação de Harald Sioli.

A carreira científica do Prof. Francisco de Assis Esteves tem se destacado pela publicação de mais de uma centena de artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais, de vários livros em Ecologia e pela orientação de dezenas de mestres e de doutores. Nos últimos anos tem participado de comissões em diferentes secretarias e ministérios na esfera do governo estadual e federal, ocupa cargos de relevância em sociedades científicas e colabora em publicações nacionais e estrangeiras.


Do Índio Goitacá à Economia do Petróleo: Uma Viagem pela História e Ecologia da Maior Restinga Protegida do Brasil 
(Contra-capa)

"Hoje posso fazer um balanço das várias lutas travadas para preservar os ecosistemas de Macaé e região e me orgulhar de que o saldo é muito positivo.Envaideço-me ainda mais, quando me torno consciente de que as várias lutas travadas para investigar e preservar um dos maiores patrimônios naturais do Brasil e desta maneira garantir para as futuras gerações de brasileiros m patrimônio natural de rara beleza cênica, que é fonte de recursos, de conhecimento e de inspiração, requisitos indispensáveis à qualidade de vida humana."
(Francisco de Assis Esteves - em Agradecimento)

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